quinta-feira, junho 02, 2016

Lava Jato utiliza como ferramenta: o único item do "código de ética" dos bandidos!

Tommaso Buscetta, conhecido com o “chefe dos dois mundos”, tenta permanecer incógnito durante o iprocesso. Fotografia: autor desconhecido.
O mafioso arrependido Tommaso Buscetta

A primeira delação premiada que se tem conhecimento foi a de Judas Iscariotes ao então prefeito da Judeia e juiz da condenação a morte de Jesus Cristo, Pôncio Pilatos. Uma espécie de operação "Lava Mãos" do Império Romano. O prêmio foram trinta moedas de prata, que segundo a Bíblia, Judas tentou devolver antes de se enforcar.

Desde aquela época só há um mandamento na tábua do código de ética dos bandidos & criminosos: não delatar. Em caso do desrespeito,  a pena é severa. O mafioso italiano Tommaso Buscetta, preso no Brasil em 1984, pagou caro ao abrir a boca.

 Buscetta dedurou nada menos que 475 mafiosos e políticos para justiça italiana e americana. Entre eles, o Primeiro  Ministro Italiano , Giulio Andreotti, condenado a 24 anos de prisão, entre os motivos, o envolvimento no assassinato do jornalista Mino Pecorelli. Andreotti não cumpriu um dia sequer na cadeia, pois gozava de imunidade parlamentar. 

A Operação Mãos Limpas na Itália resultou em 19 pessoas à cumprir pena de prisão perpétua e 2.665 anos  de "xadrez" somadas todas as outras punições. O mafioso pagou caro por quebrar a Omertá (lei do Silêncio da Cosa Nostra); Roberto Felice, nome falso que usou no Brasil, perdeu parentes queridos assassinados: dois filhos, um irmão e o genro. E após tanta mídia e poder, morreu em decorrência de um câncer, na periferia de Nova Jersey no dia 04 de abril de 2000, nos Estados Unidos, após colaborar com o FBI. Ele tinha 71 anos.

Neste ínterim de quatro anos (1992 a 1996), a Operação Mãos Limpas apresentou números suntuosos: 2.993 mandados de prisão haviam sido expedidos; 6.059 pessoas estavam sob investigação, incluindo 872 empresários, 1.978 administradores locais e 438 parlamentares, entre os quais,  quatro haviam sido primeiros-ministros. E quatro partidos praticamente deixaram de existir na política: Democracia Cristã, o Socialista, o Social Democrata e o Liberal.

Morto, o filho do mafioso que quebrou a Omertá: Tommaso Buscetta.
Também causou muitos suicídios, como o do presidente da ENI (pretoleira estatal italiana), Gabriele Caggliari, e de Raul Gardini, um mega empresário italiano, encontrado no seu quarto com um tiro na cabeça.

Em 1994, para "comemorar" a maior ação contra os corruptos e criminosos da "Bota", o supra sumo das acusações de lavagem de dinheiro, evasão fiscal, homicídio, fraudes, subornos, corruptela e aliciamento de menores, de todos os tempos entre os presidentes do Conselho de Ministros da Itália , assume o poder: Silvio Berlusconi.

Berlusconi ocupou o cargo de Primeiro Ministro por nove anos, entre vindas e idas, renunciando em novembro de 2011, culminando o país a uma situação crítica economicamente: 11,7% de  desempregados e uma dívida pública de 133% do PIB.

* foto : assassinado um dos filhos de Buscetta, sobrinhos do mafioso em pé lamentam a morte do primo.

Seguindo o mesmo modelo "Mani Pulite" capitaneada pelo juiz  Gilberto Falconi, o Brasil criou a Operação Lava Jato, com o mesmo critério de justiçamento adotado da "co-irmã": delação premiada.

Sergio Moro, que imagina ser o "Gilberto Falconi" brasileiro, é o "arbitro" da "Lava Jato" e devido aos  alcaguetes tem obtido algum exito na descoberta de corrupção na Petrobras. Mas tem inclinado apenas para um lado, o da esquerda, ou melhor o PT.

A "Lava Jato" não foi iniciada para investigar o Partido dos Trabalhadores, mas devido as inúmeras atividades ilegais encontradas e as manchetes que "explodiam" nos jornais ao denunciar petistas,  Moro aproveitou para ficar famoso e municiar uma boa parte da mídia resultando em "reconhecimento".

A imprensa conduziu o público a acreditar que a altivez  da "Lava Jato" atingiria qualquer um, independente da posição e do poder. Pura falácia. Tucanos, democratas,  peemedebistas, donos de de veículos de comunicação graúdos foram pouco amolados apesar de fortes indícios das falcatruas.

Alguns jornais, emissoras de tv e rádio, portais e o  o juiz Sérgio Moro querem que a "cereja do bolo" seja a prisão do ex-presidente Lula.

Luis Inácio já está condenado, falta encontrar o crime e para isso o Ministério Público do Paraná não vê inconvenientes em vazamentos seletivos, acusações sem culpabilidade, condução coercitiva, juízos de valores, quebra de sigilo telefônico, coação de testemunhas e o que mais precisar.

O meritíssimo maringaense tem como a sua arma principal a delação premiada, que por ironia do destino foi autorizada pela presidenta Dilma Rousseff em 2013.

A delação não é uma decisão de altruísmo do bandido; e sim um prêmio, onde o velhaco levará algum tipo de vantagem. Mas para que estas acusações tenham algum juízo de valor e que sirva para a justiça e até mesmo para alguns de nossos "militantes" membros do Supremo Tribunal Federal, tem que existir provas e indicativos antes das mesmas serem validadas.

A "Lava Jato" não tem primado por isso e muito menos a descoberta da corrupção nas estatais mudou algum ponto ou procedimento para indicação de cargos e a ocupação da presidência das empresas.

Apenas abriu um mar de lama enveredado para liquidar o PT e os seus principais expoentes Lula e Dilma Rousseff.

Se não obtiver a mudança de parâmetros, a corrupção continuará acontecendo. Assim, absolvendo os corruptos e os corruptores que apesar das evidências não são investigados receberão involuntariamente um atestado de idoneidade desfigurado em um "amanhã" póstumo não só da estatal, mas do Estado Brasileiro.

Nos anos finais de sua vida, Tommaso Buscetta comentou com os agentes da inteligência italiana o arrependimento pelas delações que fez: “Levarei a certeza de que errei na previsão que fiz com o juiz Falcone. A máfia hoje desempenha um papel maior do que no passado”.

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