segunda-feira, fevereiro 29, 2016

"Amores Roubados" no futebol

Escrito por Ednilson Valia, @eddycalabres - 21/02/2014 11:00



O amor e o futebol consomem com intensidade todos os sentimentos (bons e ruins) em uma voracidade injusta, ingrata e desmedida na carreira dos profissionais ligados ao esporte bretão.

 A fama, o dinheiro e os compromissos comerciais relegaram os atletas pouco tempo para os amigos, aos familiares e principalmente à esposa.  E no ensejo da solidão germina a carência de atenção, o sexo e o amor até eclodir a infidelidade.

 O cotidiano é repleto desses relacionamentos extraconjugais que entre os contemporâneos não surpreendem, a menos que o personagem seja famoso, em qualquer época, e se o caso for ligado ao esporte, gerará ainda mais curiosidade e o supra-sumo ocorrerá se culminar entre jogadores de futebol. 

E nada mais será aceito que o limite das decorrências e dos desdobramentos entre os envolvidos.


Lentini, Rita e Totó Schillacci

Em alguns lugares a privacidade desta situação difícil será devassada minuciosamente a serviço da mórbida “bisbilhotice” do público,  que quer se esvair com o sofrimento e o constrangimento dos envoltos. Na Itália, não foi diferente com o atacante xodó na Copa de 90, Salvatore Schillacci e a então recém promessa Gianluigi Lentini.
Revelado pelo Torino e negociado com o Milan pelo valor estratosférico de € 30 mi, em 1993, Lentini teve sua ascensão interrompida por um acidente automobilístico que o deixou internado por vários dias.
 A cobertura da mídia na italiana foi massiva, até que um solerte repórter notar a presença de uma dama que todos os dias visitava o jovem craque, sempre com os olhos úmidos e uma perseverante dedicação.
Após alguns dias investigação, a imprensa decifrou que a loira em questão era Rita Schilacci, esposa do centroavante que comoveu os “tiffosis” da Azurra no mundial de 1990, com os seus gols e comemorações de olhos esbugalhados, Totó Schillacci.
Nada foi como antes para todos. O meia-atacante não rendeu o que se esperava e acabou no ostracismo. Já o artilheiro de outrora, mudou de time, posteriormente de país e aposentou-se sem repetir os tentos que o levaram ao estrelato.

Wanda, Maxi e Icardi, eram amigos "pero no mucho"

Wanda, Maxi López e Mauro Icardi

Não há dúvidas, que a Itália por sua história e paisagens remete as pessoas a um clima romântico. E quando um dos integrantes do casal se ausenta, essa vaga pode ser logo preenchida e por alguém tão próximo que nunca poderia despertar a desconfiança.  

E assim sucedeu entre os argentinos Maxi López e Mauro Icardi. Amigos desde a Sampdoria, a relação de amizade foi interrompida em dezembro de 2013, quando a revista portenha Olé, flagrou Icardi aos beijos com Wanda Nara, até aquele momento de conhecimento público, mulher de López, em um resort em Santa Catarina.


Vanessa Perroncel

Enganam-se quem pensou que seria apenas um brado dos sentimentos latinos. Na temporada 2009-2010, Wayne Brige e John Terry eram companheiros no Chelsea. Até os tablóides londrinos começarem a explorar a história que Terry, um dos melhores amigos de Brige, tinha tido um caso com a esposa do parceiro, Vanessa Perroncel.


Brige, deixa Terry, no vácuo

Além do fim da amizade, uma cena ficou marcada no confronto entre os “Blues” e Manchester City, então time do lateral. Após cumprimentar todos na fila, Brige deixou o também capitão do English Team (Terry) com a mão estendida, o ignorando por completamente. 



Danrlei e Palhinha

E os brasileiros não fugiram a regra. Na temporada 1998-1999, o então goleiro Danrlei acusou o meio-campista Palhinha de “roubar” a sua esposa. Ambos eram jogadores do Grêmio, à época. Em entrevista ao Portal UOL, o ex-meia falou sobre o assunto: “Na época o Danrlei falou muita bobagem, talvez porque o Grêmio não vinha bem e ele estava tomando muitos gols. Ele foi infeliz no que falou e ficou ruim para ele. As pessoas começaram a falar que ele era corno. Eu não traí ninguém, ele é que foi infeliz no que falou”.


domingo, fevereiro 28, 2016

O que eu aprendi com o meu cachorro!





Por Ednilson Valia, @eddycalabres - escrito em 28/02/2014 02:15

O nome dele é Xangai.

Nem com Sh ou Ch, com X mesmo, escolhido pela Bia, por intuição, e aceito por mim, de primeira, sem contestação.

O seu apelido é “Cacholinho”, também em homenagem aos chineses.

A minha cunhada, Adriana, o achou perdido na Avenida Francisco Morato, em São Paulo, na faixa dedicada ao ônibus. Cansado, triste, parecia ter desistido de procurar ou voltar ao seu lar.
Ele nos adotou desde o início. 

Mas não sabíamos.

Procuramos o seu dono em todos os veterinários da região, até descobrir que  foi abandonado.

Excelentes incautos que somos, tentamos um novo lar para o cão.

O "chinesinho" tem a linhagem de um Labrador, cor “clara” e originário da Grã-Bretanha.

Brotaram pessoas para conhecê-lo.

Até um cão é vítima de preconceito.
Quando notaram que era um maravilhoso “Vira-latas”, despejavam salivas de desculpas para escorrer na valeta da intolerância.
“Xanga” parecia saber de tudo, não demonstrava o mínimo de preocupação.
Ficou no apartamento um dia, dois , três, quatro....
Não destruiu nada e era uma festa quando chegávamos.
Compramos comidas, brinquedos, planejamos atividades com o “Cacholinho” e percebemos que já tínhamos sido "adotados".
Xangai chegou em ótima hora para amenizar o meu dia-a-dia.
Não suportava mais as mazelas, a intolerância política, religiosa e racial.
Estava me comportando igual aos intolerantes, claro que sem chegar as vias de fato, mas isso me transformava parecido ou pior do que eles.
A discussão desembestada entre a direita (cuja desigualdade social não deve ser reparada com políticas) e a esquerda (acredita no contrário, que a igualdade seja reparada com um governo de oportunidades para todos) me consumia, já que neste ano faz 50 anos do Golpe de Estado no Brasil e essa disputa:
Esquerda -direita
Direita - esquerda
Esquerda – Direita.

Não é de boa lembrança para o país.

O futebol está muito chato, as pessoas andam extremamente reacionárias e milhares de perguntas são realizadas e respondidas sem os mínimos por quês.
Observando o Xangai, no seu jeito simplista de lidar com os seus, sempre com cordialidade e bom humor, ensina-me a enxergar um mundo diferente.
Quando  solto em parques, "Xanga" corre atrás de pássaros, sozinho, pulando, simplesmente contemplando o momento.
Outro dia, o “cacholinho” demorava muito para voltar a "circular" e sai a sua procura.
O encontrei dando "fuçadas" em uma ave, sem machucá-la,  mas clamando a mesma para  voar  e ele continuar a sua diversão.
Não importa a hora, o tempo ou a situação, ele sempre se comporta da mesma forma: feliz quando em me ver.
Tatuou-se em minha memória alguns segundos de um resplendor; após brincar, em um passeio, o astuto cão sentou, quieto, sem latir ou rosnar e destinou o seu olhar para o horizonte.
Não acostumados com a quietude, tivemos a mesma atitude (eu e a Bia) e para provocá-lo o deixemos no meio e destinamos o olhar ao mesmo destino de seus olhos e lá estava: um lindo pôr-do-sol.
Após nos ver maravilhados com o cenário, Xangai nos observou e correu.

Eu aprendo todos os dias com ele. Com sua a paciência, a tolerância, o respeito e  a felicidade dele com o suficiente é tão milenar e sábia quanto à origem do seu nome. 

sábado, fevereiro 27, 2016

Asilado cubano, após 18 dias no mar, reescreve a sua história ao lado do filho no Santos Futebol Clube


Escrito Por Ednilson Valia, @eddycalabres - em 23/02/2014 21:10


Fotos: arquivo pessoal Raul Lazo 


Gabriel e o pai Raul
O cubano Raul Lazo Dias passou 18 dias à deriva no mar caribenho em nenhum momento imaginou que sua vida iria culminar em Santos e no clube de futebol homônimo a principal cidade do litoral sul do Estado de São Paulo.

Diferente de outros exilados, Raul não condena sua terra natal, muito menos amaldiçoa Fidel Castro, diz que o país do Caribe é vítima do cruel embargo econômico americano e sempre que pode volta à Ilha levando o seu rebento, este, hoje, zagueiro do futebol de campo da categoria sub-12 do Santos Futebol .

Em 09 de setembro de 1994, Raul e seis amigos queriam novas oportunidades nos Estados Unidos e pretendiam fazer os 150 quilômetros da travessia Cuba-Miami em um pequeno barco a motor.

Mas o "motorzinho" não aguentou e os seis cubanos ficaram no mar caribenho por 18 dias, após muita fome e racionamento de água potável surgiu um navio petroleiro liberiano, com bandeira filipina, que conseguiu resgatá-los e trazê-los ao Brasil.

Refugiado no Brasil, Raul pediu asilo e por nove meses não pode trabalhar até ser liberado pelo governo, para enfim se tornar um asilado político.

Arquiteto de formação, não pode exercer a sua profissão no Brasil por problemas burocráticos, aprendeu o ofício de cabeleireiro, conheceu a brasileira Rosângela, constituiu família, que aumentou quando nasceu Gabriel.

Gabriel premiado no
Santos Futebol Clube
O pequeno cubano-brasileiro cresceu e enveredou para o futebol, esporte que o pai simplesmente não tinha interesse, Raul gosta de Beisebol, o principal esporte no caribe.

O cubano pai, devido ao filho, agora ama o futebol e tem com a sua "estrela" uma relação de "Mãe de Miss.

Gabriel é zagueiro no time sub-14 do Peixe e lá, é conhecido por Cubano, apelido que o pequeno beque ostenta com orgulho.

A estrutura das divisões de base da equipe santista é admirável. Os garotos recebem reforço escolar, aulas de inglês, apoio psicológico para os atletas e as famílias.
Em Cuba com a avó e o primo
Agora há laços, uma aliança, entre Brasil-Cuba, longe da diplomacia burocrática, distante das ostentações governamentais, mas no âmago do amor de um cidadão grato ao país que abriu os braços para recebe-lô; mas que nunca imaginou que seu filho, prova maior da  sua existência e sua descendência iria atuar numa coincidência da vida no time de Pelé, um dos seus ídolos de infância em Havana, gostava mais do "ícone" do que do balípodo.



sexta-feira, fevereiro 26, 2016

O que aconteceria se a Dilma deixasse o PT!

Crédito da foto: Google

O artigo do juiz de Direito Narciso Alvarenga Monteiro para o site "Vi o Mundo"  relata a possibilidade da saída de Dilma Rousseff do Partido dos Trabalhadores. 

Levantando a probabilidade de tal ato seguir em frente ainda serei contra o impeachment. Mesmo assim dois fatos serão considerados: a presidenta enxergará nesta atitude a única chance de continuar no cargo mesmo não tendo nada que a ligue a corrupção e a sua trajetória terá a eterna penca de traição aos petistas. 

Uma mudança ministerial será realizada, para a formação do mal fadado governo de coalização, provavelmente a mídia em geral não irá exigir mais o impedimento do cargo com mais importância no Brasil; uma reforma ministerial irá acontecer; alguns ministros irão debandar com a Dilma, o responsável pela pasta da Justiça, o José Eduardo Cardozo,  deixará  o PT, acredito que Mercandante, hoje no ministério da Educação também seguirá a regente da nação; Jaques Wagner continuaria no PT.

A perseguição sobre Lula continuaria pelo juiz Sérgio Moro.

Boas notícias do Brasil voltariam a nascer nos jornais, nos telejornais, nas rádios e na internet , uma boa grana em propaganda iriam abastecer a mídia e claro, a confiança do investidor, do consumidor iriam denotar em alta nos institutos de pesquisa.

Nenhuma reforma de base seria feita e alguns assuntos na pauta do Congresso Nacional iriam ser discutidos com a nuance dos interesses alheios ao da sociedade sem serem colocados em debate com a devida importância;  deputados receberiam lobistas em suas "salas" sem o resplendor da ética e  apresentariam emendas com enfoque de relevância pública, mas que iriam de encontro com os seus "compromissos". 

Grandes empreiteiras continuariam a receber obras com volumosos recursos sem nenhum incomodo da fiscalização midiática. 

Muitas insinuações sobre os motivos do desgaste entre Lula e Dilma seriam colocado na "mesa". 

O ex-presidente iria desvincular o seu nome ao de Dilma e poderia se candidatar novamente à presidência do país tentando separar os erros de sua sucessora aos seus.

A insana luta nas redes sociais entre progressistas, conservadores e insanos aumentaria.

Dilma seria esquecida  e os seus dois mandatos passariam para história norteados por erros administrativos, políticos e abastados de casos de corrupção. Para a esquerda seria lembrada como uma traidora eterna, para a direita como uma arrependida do "lulopetismo".

E em caso de vitória do Lula ou de um candidato da esquerda em 2018, voltaríamos ao que vivemos hoje; as mesmas manchetes, as investigações "caolhas"e outras "coisitas".

 Basta saber se as atitudes e as omissões de um novo presidente com ideias progressistas serão as mesmas da atual chefe e aí o futuro descreverá uma história nunca antes escrita; em caso de sucesso de um postulante de concepções conservadoras, um futuro mais brando e tranquilo irá surgir no horizonte do país, pelo menos para uma certa parcela da população, mas com consequências infindáveis ao povo. 


Os "cordeirinhos" de Felipão




Texto escrito antes da Copa de 2014


Por Ednilson Valia, @eddycalabres - escrito em 25/02/2014 09:00


E Felipão fez mais uma convocação, a última antes da Copa do Mundo. Talvez os nomes nem sejam tão discutidos, mas os motivos dos convocados de Scolari me deixam com a orelha coçando.
O gaúcho gosta de atletas que cumpram as suas ordens, que dêem bom dia a todos, que elogiem os fios do bigode de Flávio Murtosa, que ao deixarem os quartos da concentração, arrumem as camas e principalmente: não questionem, nem pensem ou ousem agir diante das decisões imponderáveis contra o patriarca da “Família”.
A única exceção é Neymar. Este sim, há de concordar e dizer  “amém” para as ordens de qualquer técnico (Seleção brasileira, Barcelona e etc) e no campo, faz o que vem na sua “veneta“ e graças ao seu talento espetacular, os dribles e os chutes  viram gols e arte.
Os contrários, aqueles que pensam, mas em um momento de decisão podem mudar o rumo de derrotas inevitáveis, nunca terão a reciprocidade do “Big Phil”, que quer o controle total, mesmo que ele não exista ou existirá.
A ilusão do comandante que prefere se passar por general, que acredita no “contra tudo e todos” ao invés de um líder, com uma liderança equilibrada e assertiva.

quinta-feira, fevereiro 25, 2016

Sérgio Moro já determinou a data para o fim da Lava Jato!


Foto reproduzida do Google

A famosa frase (Governo de merda, mas é o meu governo) pichados nos muros do palácio La Moneda à época da presidência Salvador Allende no Chile pode refletir o que acontece no Brasil de Dilma Rousseff.

A Sra. Rousseff recebeu o epíteto de boa administradora devido a sua rudeza no trato com as pessoas, que a sua capacidade de avaliar, administrar as situações e as pessoas com que trabalha. 

O que parece é que Dilma preferiu lidar com "figuras" no seu cotidiano de trabalho que aceitam a sua aspereza  à aqueles que pensam diferente e que possam acrescentar algo no mundo político e administrativo.

As suas escolhas para os principais ministérios mostram o que tentamos não enxergar.

Não há motivos para continuidade de José Eduardo Cardozo no Ministério da Justiça. Fraco, sem iniciativa, não se engaja nem para apurar os vazamentos seletivos e criminosos da Operação Lava Jato. Muito menos os indícios de corrupção nos membros do PSDB.

Aécio Neves citado com gravidade em dois episódios na execução comandada pelo Juiz Sérgio Moro foram arquivadas. FHC delatado pela jornalista Mirian Dutra, principalmente no episódio da Brasif merecia um pronunciamento contumaz do Ministro que se esconde no cargo e até Aloysio Nunes que teria recebido R$ 500 mil, segundo o delator da empreiteira UTC, Ricardo Pessoa, causou uma cegueira injustificável em JEC.

Enquanto isso o barco de alumínio de Lula, a padaria que a Dona Marisa compravao o pão francês em Atibaia são investigados pela Polícia Federal, sob o comando do "Cardozão".  

O governo é omisso em relação a Lava Jato de Moro, sob a alcunha da democracia.

Mas não existe a tal doutrina democrática quando apenas um lado é investigado ( E tem que ser mesmo, mas sem vazamentos, com provas reais e não vergonhosas e de todos os lados).

O juiz ou árbitro, Moro, nunca disse quanto tempo durará as investigações, quanto foi gasto e nunca foi lhe determinado por ninguém no STF ou questionado pelo ministério da Justiça a jurisdição em que paladino possa atuar. 

Sérgio, tudo pode, como quer, do jeito que querer, sob a pena de "limpar o Brasil" da corrupção. Este mimo dado ao togado é de interesse não da sociedade e sim de uma parcela pequena, pertencente a uma plutocracia de séculos reinante no Brasil.  

Mas quando apenas um lado é talhado a sucessivas suposições o outra lado nunca investigado nasce comouma solução. 

Esta é a realidade? 

 O decreto de Moro sobre a  prisão do casal Santana, os marqueteiros do PT nas campanhas a presidência da república são recheados de palavras como - “possível” 19 vezes. “Já ‘possivelmente’ foi escrita em 3 ocasiões, ‘provável’ em 5. Moro utilizou alguns verbos no futuro do pretérito: ‘seria’ aparece 14 vezes; ‘tentar/tentariam’ merecem 16 aparições”-   Tão bem levantados por Janio de Freitas, arroladas pelo jornalista Fernado Molica do Jornal "O Dia".

Enquanto as possibilidades de alguns investigados são determinadas perante a mídia como provas definitivas, as suspeitas sobre o PSDB são descartadas e esquecidas. 

O "árbitro" Moro parece que já tem um limite para o fim da Lava Jato, quando o impeachment de Dilma for aprovado ou a prisão do Lula, sob qualquer circunstância for decretada. 

Aí, soará o apito final.



Uma Jamanta de histórias!


Escrito em 25/02/2014


Ednilson Valia, fale com o Jornalista clicando  Aqui  ou no twitter:   @ eddycalabres

Clayton Assad é grato. Não por torcer pelo Corinthians, nem por perder 65 quilos, muito menos pela possibilidade de ter construído uma família, o seu grande sonho; e sim por ter a força para encarar e superar todas as adversidades em seus quase 40 anos, que serão completados no próximo dia 04 de março de 2014.
Quem não conhece Clayton Assad deve se lembrar do Jamanta, figura carimbada nos jogos do Corinthians com suas camisetas temáticas, que há dois anos perdeu 65 quilos em poucos meses após sofrer um pré- AVC (Acidente Vascular Cerebral).
O agora “Jamantinha”, estima em recordar que não gostava de futebol e que se apaixonou pelo Timão, aos noves anos, somente em novembro de 1982, quando o seu pai, Margid Assad, o levou a primeira vez ao estádio do Pacaembu, para assistir a vitória do seu time sobre o XV de Piracicaba, por 3 a 1.
A partir daquele momento, a história do Clayton Jamanta com a equipe do Parque se mistura até os dias de hoje, sendo difícil distinguir as fases de sua vida com as excelentes e péssimas campanhas do Coringão nas competições.
“À lá Corinthians”,  como gosta de enfatizar o seu amor pelo time, Jamanta diz ter tido a mesma determinação para eliminar um pouco mais de quatro arrobas de quilos após sofrer um pré – AVC.
Em 2000, quando nasceu o seu primeiro filho (Lucas), o corintiano vivia uma situação financeira muito difícil, vendia cintos na Rua 25 de março e fazia bicos vendendo tênis na Galeria Pagé, ambas no centro da capital paulista e descontava suas frustrações em uma comilança desenfreada.
Segundo o próprio, devorava por dia, seis rissoles, quatros coxinhas, cinco pedaços de pizza quatro queijos, dois litros de refrigerantes e uma vitamina de abacate e banana. Sem desperdiçar o almoço e o jantar.
Essa dieta hiper calórica o levou a notáveis 155 quilos, até ser brecado pela possibilidade do AVC. O médico ao analisar a sua condição, impôs duas possibilidades ao então obeso mórbido: operação bariátrica (redução do estômago) ou um regime rigoroso.
Jamanta não pensou duas vezes para optar pelo emagrecimento natural e mudou todo o seu hábito alimentar, passou a se exercitar e se apegou à religião.
A crença em algo maior também trouxe decepções ao Clayton, que um dia apontou algumas irregularidades na igreja que frequentava e ouviu do pastor para ir embora,  pois iria atrapalhar os negócios.
Dali em diante afirmou para si que não iria mais terceirizar a sua fé e que não acreditaria mais na palavra do homem, mas que sua crença continuaria inabalável.
A convicção que tem em Deus não é tão diferenciada da que tem pelo Sport Club Corinthians Paulista, cuja devoção pode determinar se o dia, a semana e o mês serão felizes ou não.
Fez loucuras pela agremiação preto e branca. Foi até a Argentina, na final da Libertadores da América, sem ingresso e pulou a catraca para assistir Boca Juniors e Corinthians e ainda perguntou ao bilheteiro:   "Você é são-paulino ?" E a resposta foi inusitada: “ No soy bambi”.
No dia seguinte, após empate com o Boca, Jamanta perambulava por “Caminito”, bairro de La Boca, em Buenos Aires, com a camisa do Corinthians, quando viu quatro torcedores xeneizes se aproximando, ficou com medo, mas não correu, pois achara que seria pior.
Estes, quando chegaram próximo do corintiano, cantavam em portunhol : “não vou te abandonar porque eu te amo” , enfeitiçados com o amor da Fiel na capital portenha, pediram para trocar camisas.
O amor se manifesta de diversas formas e empatias, assim  construiu uma admiração muito forte com o técnico Tite.  Adenor foi campeão brasileiro, da Libertadores e também mundial pelo alvinegro paulistano.
Em 2010, o gaúcho chegou para substituir Adilson Batista e Jamanta foi o único torcedor a cumprimentá-lo ainda no aeroporto com a camiseta: “Bem- vindo campeão”.  E em 2013, na despedida, criou a frase “Obrigado Tite, volta logo”. O gesto emocionou o multicampeão, que abraçou Jamanta e ambos choraram.
A gratidão ao comandante campeão do mundo é a mesma que tem ao ex-jogador e hoje apresentador e comentarista Neto.
“Em 1990, quando o Corinthians conquistou o Campeonato Brasileiro, foi um dos dias mais felizes da minha vida. Parecia que eu estava no céu. E eu nem sabia que viria a conquistar outros Campeonatos Brasileiros, Libertadores e mundiais. Por isso Neto é o meu maior ídolo, também pela pessoa que ele é“, confessou Jamanta à reportagem do Terceiro Tempo.
 Jamanta  faz da sua paixão a sua sobrevivência.  Montou a sua  loja e uma confecção com produtos licenciados pelo Corinthians, ao lado de sua família, da academia e da força de vontade coloca tudo no mesmo balaio e lá encontra a felicidade.

domingo, fevereiro 21, 2016

O futebol em uma nota só!

Por Ednilson Valia, @eddycalabres - escrito em 23/02/2014 17:08

O cotidiano transformou o torcedor de oprimido no dia-a-dia em opressor no campo de futebol.
Trapaceado no transporte, na saúde e no trabalho, acredita que a força  ao lado de violentos em convulsão, dentro do estádio, transformará suas aflições no seu “bemol”
Assim vira a isca predileta para as explicações do político, do reacionário e também do demagogo, em vez de ser o anzol.
Não há explicação para agredir o igual por usar uma camisa de outra cor, deveria fazer diferente, se unir por um ideal e conheceria a amplitude do seu crisol.
A vida não é fácil, também não é difícil, não adianta ser um guerreiro no futebol e no transcurso do cotidiano se vaticinar de formol.  
Diariamente perambula no seu atol de ignorância, para  cantar como um rouxinol, sempre para elogiar o "espanhol".
Pois saiba, que não basta Ser, tem que se fazer cidadão, que mesmo lendo colunas limitadas, um dia na velocidade de caracol, suas ideias e direitos vão ver o sol.