domingo, março 30, 2014

ED30segundos -Bellini, o menino é o pai do homem

Hideraldo Luiz Bellini já é saudoso.
Não só por ser o primeiro capitão campeão do mundo pelo Brasil ou pelo gesto eternizado e copiado por todos que tem por obrigação em levantar a taça em qualquer modalidade esportiva.
Mas sim por sua personalidade sem igual.
Não se agachava aos desmandos e demagogias dos dirigentes e políticos.
Por ironia do destino será e muito homenageado às vésperas de mais um mundial, deferência que destestava por achar um descaso e hipocrisia por causa da data.
Em 1958, foi titular e não se fez de indignado ou rogado em 1962, quando foi reserva do seu grande amigo Mauro Ramos de Oliveira.
Sempre respeitoso e ético, viveu seus últimos anos lutando contra o Mal do Alzheimer.
Esqueceu a família, das glórias no futebol e também as decepções e as mágoas.
Voltou a ser uma "criança", um "menino", o mesmo que cresceu em Itapira, que era redomado de cuidados, antes de ser o líder, de erguer a taça e fazer a história no esporte mundial.
Afinal, o menino não é Pai do homem?
E este sempre se sucumbirá ao passado e as perspectivas do garoto que foi?
Mas tudo adormeceu na memória do ex-zagueiro do São Paulo e do Vasco.
Era para Bellini terminar assim, mas o destino não quis.
Pois em algum colégio, campo de futebol, quadra ou mesmo em qualquer rua do mundo sempre terá um menino com o os braços erguidos e uma taça fictícia, comemorando um título que também não existe e a tese de Machado de Assis, em Memórias Póstumas de Brás Cubas, se renderá ao capitão: o menino é Pai do Homem!



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